sábado, 29 de novembro de 2008

Depoimento


Segue um vídeo que publiquei no Youtube, com depoimento de três alunos (1º M1 e 2ºM06) sobre o trabalho desenvolvido no Laboratório do CEOT, com as professoras Edna Santos, Eliete Mendes e Alcinéia Lima. Projeto NTE vai à escola.

domingo, 9 de novembro de 2008

Adaptação do romance O Cortiço de Aluísio de Azevedo


"Eu acredito é na rapaziada

Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada"

Assim como Gonzaguinha na sua música, eu também acredito que a juventude pode e deve ousar e fazer diferente. Como sempre falo em sala de aula acredito no potencial dos meus alunos.

Parabéns as turmas:2M6,2M9 e 2M10 pela brilhante apresentação da adaptação do romance: O CORTIÇO de Aluísio de Azevedo .

A mão da limpeza

Composição: Gilberto Gil
O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, êImagina só
Vai sujar na saída, êImagina só
Que mentira danada, ê
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, êImagina só
O que o branco sujava, êImagina só
O que o negro penava, ê
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, êImagina só
O que o branco sujava, êImagina só
Eta branco sujão.

Dia 20/11/2008 será o encerramento do projeto interdisciplinar
Tema: Consciência Negra_ Participem!!!! 2º Ano Turmas: 2M6,M7,M9,M10
Apresentação dos Poemas produzidos em sala de aula

Aluno é escolhido para participar de concurso de língua portuguesa

Luana Rocha Redação CORREIO Fotos: Paulo M. Azevedo

Os olhos ainda ficam marejados ao lembrar da mais recente tragédia familiar que se abateu sobre sua vida. Em 11 de agosto, seu irmão de 16 anos foi assassinado em Periperi. O acontecimento deu mais elementos para Uendel Monteiro, 12 anos, escrever sobre o tema recorrente nas suas poesias: violência urbana.
Morador do subúrbio ferroviário, o jovem foi o único estudante de Salvador selecionado para participar das Olimpíadas de Língua Portuguesa. O tema do concurso de poesia era o lugar onde vive, por isso Uendel escolheu retratar a violência que presencia diariamente. 'Às vezes, estou jogando bola e acontece um tiroteio e tenho que sair correndo para me esconder'.
Uendel é o único estudante de Salvadorselecionado para as concurso de Português
Dedicado, Uendel está na 6ª série do ensino fundamental do Colégio Estadual Cleto Araponga, em Periperi, e nunca foi para recuperação. Suas disciplinas favoritas na escola são, não por acaso, português e relações humanas. A disciplina é reconhecida pela avó, irmã Ivonice, ou simplesmente dona Nicinha, a quem carinhosamente chama de 'mainha'.
'Ele nunca precisou de reforço escolar porque estuda sozinho e aprende facilmente', revela orgulhosa. A principal incentivadora para escrever foi Chirllanes Sacramento, professora de português de Uendel que o inscreveu no concurso. 'Entre todos os textos dos colegas da classe, o dele se destacou'.
Durante três dias (12, 13 e 14de novembro), ele vai participar de oficinas para aperfeiçoamento da língua portuguesa em Pernambuco com 500 estudantes de todo o país. Depois dessa etapa, caso seja classificado, Uendel participa de uma nova seleção com os 150 melhores alunos. O prêmio para os 15 primeiros colocados é uma medalha de ouro e um computador.
Uendel divide suas atividades diárias entre estudar, ler, escrever e jogar futebol. Essa última, inclusive, é o seu hobby favorito. 'Gostaria de ser jogador de futebol'. No momento da revelação dona Nicinha interfere e se mostra contra. 'Também poderia ser advogado', corrige o Neto. Para ajudar nos estudos, a avó pretende ampliar a residência e construir alguns quartos para aluguel. 'Assim, posso garantir que ele terá renda para estudar', afirma.
Entre suas atividades diárias, garoto se divide entre estudar, ler e jogar futebol
Uendel começou a escrever poesias com 10 anos, mas não consegue se lembrar sobre o que redigiu. 'Eu sempre escrevo e jogo fora, não tenho muito apego com as minhas poesias'.
O menino foi morar com a avó quando tinha apenas 7 meses de idade. 'A mãe dele me entregou e depois desapareceu', conta dona Nicinha. O pai, ele nem chegou a conhecer. 'Ele morreu quando faltavam dois meses para Uendel nascer'.
Toda a família é mantida pela aposentadoria da avó. Ao salário de R$412, ela acrescenta a renda obtida através de serviços de fotocópia e venda de de geladinho na própria casa.
(Reportagem publicada na edição de 09/11/2008 do jornal CORREIO)